O início da agricultura é datado por volta de 10 mil a.C. É ela que separa o período Neolítico do imediatamente anterior, o período da idade da pedra lascada. Os primeiros estudos indicavam que ela havia ocorrido na região conhecida como Crescente Fértil, na Mesopotâmia (atual Iraque), entre os rios Tigres e Eufrates. Estudos posteriores indicam que, apesar de esta ter sido a região em que o fenômeno aconteceu de forma mais intensa em sua época, não foi a única. Diferentes populações humanas disseminaram a atividade pela Europa, Ásia e África.
Essas populações iniciaram as práticas agrícolas ao perceberem que as sementes coletadas, ao caírem no solo geravam novas plantas. Isso ocorria principalmente em aluviões das vazantes dos rios, ou seja, terras já fertilizadas que não exigiam, portanto, desmatamento. Com o tempo, foram selecionados, entre os grãos selvagens, aqueles que possuíam as características que mais interessavam aos primeiros agricultores, tais como tamanho, produtividade, sabor e outras. Assim surgiu o cultivo das primeiras plantas domesticadas, entre as quais se inclui o trigo e a cevada.
Há 5.000 anos, quando a agricultura neolítica atingia apenas o Atlântico, o mar do Norte, o Báltico, a Sibéria, o vale do Ganges a grande floresta equatorial africana, as regiões mais próximas desse centro, na Ásia ocidental, na Europa oriental e na África setentrional, já estavam há muito tempo cultivadas e percorridas pelos rebanhos. O rio Nilo transbordava a cada ano entre julho e outubro. Os cultivos de vazante eram feitos após o recuo das águas, quando os solos estavam embebidos e enriquecidos pelos depósitos de aluviões, e a colheita acontecia na primavera.
Há registros de cultivos em pelo menos três regiões diferentes do mundo em épocas distintas: Mesopotâmia (possivelmente pela cultura Natufiana), América Central (pelas culturas pré-colombianas) e nas bacias hidrográficas da China e da Índia.
Até o momento anterior ao domínio da atividade agrícola, o ser humano era um coletor-caçador-nômade. A partir dessa descoberta, ele passa a estabelecer-se nessas regiões de solo fértil e esse movimento provoca uma maior oferta de alimentos que, por sua vez, culmina em um bum populacional.
Esse fenômeno dá origem às cidades que, além de terem fartura de alimento, permitem um maior intercâmbio de serviços. Ao notarem os benefícios de morar nessas regiões, as pessoas estão dispostas a pagar mais por terras dentro das cidades, fenômeno este que provoca o distanciamento das atividades agrícolas desses centros urbanos, para que dessem lugar às habitações, criando então a separação entre campo e cidade. Esse modelo consolidou-se até os dias atuais; e as regiões de maior adensamento urbano são aquelas que, originalmente, eram adequadas ao plantio.
Para dar conta da crescente demanda por alimento, o ser humano foi avançando sobre regiões de florestas, provocando desmatamento, redução ou extinção de muitas espécies animais, bem como o desequilíbrio de ecossistemas.
Atualmente, é possível observar inúmeros impactos negativos provocados por esse modelo, como, por exemplo: ele demanda 70% da água consumida pelo ser humano; continua a ser motivo de desmatamento; polui os aquíferos com os defensivos agrícolas amplamente utilizados; é um grande emissor de dióxido de carbono (por conta do desmatamento e das queimadas) e de monóxido de carbono, por conta do transporte utilizado entre as regiões produtoras e as regiões consumidoras; é ineficiente, gerando cerca de 35% de perda dos alimentos ao longa da cadeia e faz com que o alimento chegue à mesa, muitas vezes, com baixa qualidade, devido ao tempo que leva no processo e, também, por conta dos agrotóxicos.
O modelo de fazenda vertical indoor surge como uma proposta para reduzir tais impactos por meio do uso da tecnologia, da redução do desperdício e do consumo de recursos e do melhor aproveitamento de espaços urbanos subutilizados.
Fontes: Wikipedia; Enciclopédia Britannica; Agrozapp.pt
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