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Ciência revela compostagem com microbioma humano para regeneração urbana


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Estudo pioneiro mapeia transformação de fezes humanas em adubo seguro e produtivo, colocando o microbioma no centro da agricultura urbana regenerativa.


Pesquisadores de universidades americanas publicaram recentemente um estudo inovador no arXiv — “Upcycling Human Excrement: The Gut Microbiome to Soil Microbiome Axis” (novembro/2024) — analisando a evolução microbiana de um sistema de compostagem que inclui resíduos humanos tratados em pilhas ecológicas. O material, analisado semanalmente durante um ano, demonstrou transição do microbioma intestinal para um perfil semelhante ao do composto de solo viável, com sucesso na eliminação de patógenos — abrindo caminho para compostagem ecológica urbana com potencial sanitário e agronômico.


Processo e implicações


O estudo mostrou que, após determinado período, a microbiota humana original dá lugar a fungos, bactérias e actinobactérias típicas de solo saudável. Esse processo só é eficaz quando conduzido sob condições controladas — temperatura entre 55–65 ºC, aeração adequada e úmido entre 40–65%.

Esse modelo permite o reaproveitamento de bioresíduos humanos como fonte de nutrientes em hortas urbanas, gerando adubo rico em nutrientes e microbiologicamente seguro — com impacto positivo em segurança sanitária, redução de emissões de esgoto e fechamento de ciclo de nutrientes urbanos.


Relevância urbana


Para cidades, especialmente grandes centros, o modelo propõe:

  • Compostagem comunitária de resíduos orgânicos humanos (via sanitários ecológicos) integrada a hortas urbanas;

  • Geração de insumos locais valiosos para produção alimentar e manejo de solo vivo;

  • Redução no volume de esgoto, turismo sanitário e custos de tratamento.


Barreiras técnicas e legais


Apesar do potencial, ainda existem obstáculos:

  • Restrições sanitárias e falta de regulamentação para uso em espaços públicos;

  • Rejeição cultural — compostos originados de fezes humanas ainda geram resistência;

  • Necessidade de monitoramento constante de patógenos e metais pesados.


Caminhos para cidades inovadoras


Projetos europeus de "toilet-to-table" estão em andamento, oferecendo modelos para avaliação de riscos e protocolos de segurança. No Brasil, cidades podem:


  • Investigar a viabilidade técnica com universidades;

  • Criar pilotos integrados a hortas urbanas em parcerias público-comunitárias;

  • Fomentar debate com órgãos de saúde e vigilância sanitária.


A combinação do microbioma humano com sistemas urbanos de agricultura regenerativa abre uma nova fronteira de sustentabilidade, transformando resíduos em riqueza ambiental e alimentar.


 
 
 

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