Cidades apostam na agricultura urbana como estratégia para enfrentar crises alimentares
- Cityfarm
- 3 de jul.
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Produção local, hortas verticais e tecnologias como a hidroponia ganham espaço em metrópoles globais para garantir segurança alimentar e sustentabilidade ambiental.
Com a intensificação das mudanças climáticas, a instabilidade das cadeias globais de suprimento e o crescimento acelerado das populações urbanas, cidades ao redor do mundo estão transformando suas paisagens com hortas, pomares e fazendas verticais. A agricultura urbana, antes vista como uma iniciativa comunitária pontual, passa a ser tratada como uma política pública estratégica.
Um relatório recente do Fórum Econômico Mundial aponta que a produção local de alimentos nas cidades é uma das formas mais eficazes de aumentar a resiliência dos centros urbanos diante de crises globais. O documento destaca que, ao reduzir a dependência de importações, as cidades conseguem minimizar o impacto de eventos como pandemias, guerras e desastres climáticos.
Modelos internacionais
Em Singapura, onde a limitação de território é extrema, o governo estabeleceu a meta de produzir 30% do consumo alimentar interno até 2030. A cidade investe em tecnologias como fazendas verticais, hidroponia e aquaponia, muitas delas instaladas em telhados de escolas e edifícios corporativos.
Em Paris, o programa “Parisculteurs” transformou dezenas de hectares de áreas públicas e privadas em espaços de cultivo urbano, incluindo hortas agroecológicas e jardins comestíveis. Já em Nova York, a Brooklyn Grange é considerada uma das maiores fazendas urbanas do mundo, com produção orgânica em plena cobertura de edifícios no Brooklyn e Queens.
Muito além da comida
As hortas urbanas cumprem funções ambientais importantes, como a redução das ilhas de calor, retenção de água da chuva e requalificação de áreas degradadas. Também contribuem para a saúde mental e emocional, promovem educação ambiental e fortalecem vínculos comunitários.
A verticalização e a adoção de sistemas hidropônicos têm permitido que esses espaços sejam implementados em locais de alta densidade urbana e com pouca disponibilidade de solo. Em regiões com restrições de água ou insolação, a tecnologia se mostra especialmente eficiente.
Crescimento com impacto positivo
Segundo o Fórum Econômico Mundial, a agricultura urbana tem potencial de integrar políticas públicas de saúde, educação, meio ambiente e habitação. Mais do que fornecer alimentos, essas iniciativas fortalecem a soberania alimentar das cidades e promovem modelos de produção mais sustentáveis.
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