O uso de agrotóxicos avança no Brasil. Com a recente liberação de mais de quinhentos produtos, muitos deles já banidos em diversos outros países, e mudanças na classificação de risco feitos pela Anvisa, é ainda mais provável que o alimento que chega até você esteja contaminado por um desses produtos. Além de perigos para a saúde de quem come, existem diversos riscos à vida dos agricultores que têm contato recorrente com essas substâncias.
Somado a isso, temos ainda uma cadeia de produção de alimentos problemática e pouco sustentável quando pensamos no meio ambiente:
Elevado consumo de água para produção (cerca de 70% de toda água doce consumida no Brasil destina-se à agricultura).
Enorme desperdício inerente às etapas de produção, distribuição e armazenamento. Estima-se que 35% de hortifrutis produzidas vão para o lixo.
Impacto de carbono do transporte do alimento devido a enorme distância entre o produtor e consumidor.
Dado esse cenário, cada vez mais pessoas estão preocupadas com a origem de seu alimento e as práticas de cultivo as quais ele foi submetido. Diversas iniciativas de cultivo vêm surgindo dentro das cidades como alternativas para um cultivo e consumo mais responsáveis. De hortas comunitárias a fazendas verticais em ambiente controlado, surgem opções que trazem um alimento livre de agrotóxico e com menor ou nenhum impacto ambiental.
Tendência: "Faça você mesmo"
Uma alternativa que vem ganhado cada vez mais adeptos pelo mundo afora é a prática de produzir o próprio alimento, seguindo a linha do "faça você mesmo". Além de resgatar o valor do alimento e reaproximar as pessoas com a natureza essa tendência traz uma satisfação de poder acompanhar e entender cada etapa de crescimento e peculiaridades de cada cultura. E se você não tem espaço não se preocupe. Uma das formas mais gostosas e divertidas para começar a cultivar são os microgreens. Você pode começar na sua janela. Tudo que precisa é um recipiente, terra, semente e água.
Como plantar microgreens em casa?
Plantar microverdes em casa é muito fácil. Siga o passo a passo e aprenda como fazer.
1 - Separe os materiais. Você precisará de:
a- Recipiente (nesse tutorial ensinaremos com o uso de uma mini estufa, que facilita o processo de germinação das sementes). Você pode utilizar qualquer outro recipiente, porém poderá ter dificuldades para uma boa germinação.
Foto Mini estufa - possui um regulador para ventilação. O domo ajuda a reter a umidade, fator importante para uma boa taxa de germinação.
b- Terra adubada
c- Colher ou pazinha para ajudar a espalhar a terra
d- Borrifador de água
e- Sementes (aqui você tem muitas opções: rabanete, repolho roxo, alface, rúcula, coentro, cenoura, couve, brócolis, ervilha, alfafa, beterraba, cebolinha, alho poró etc...)
2- Encher a bandeja da mini estufa com terra até a borda.
3- Espalhar a semente sobre a terra.
4- Umedecer a semente utilizando o borrifador no modo spray.
5- Colocar o domo com o regulador de entrada de ar fechado e deixar por 3 dias no escuro ( pode ser dentro de um armário ou coberta com um pano). Borrifar água nas sementes 1x ao dia durante esse período.
6- A partir do quarto dia, retirar o domo e deixar a bandeja sob a luz (por 7 a 10 dias). Aqui você pode deixar sob a luz de uma janela ou utilizar LEDs de cultivo.
Outra opção é manter o domo com a ventilação aberta. Ele ajudará a proteger de ventos fortes, insetos e também continuará ajudando a manter uma boa umidade. Evite deixar exposto muito tempo sob um sol muito intenso. As plantas nesse estágio de vida são muito sensíveis e podem morrer. Manter a terra úmida com água 1 a 3x ao dia dependendo da temperatura do ambiente.
7- Pronto! Agora é só cortar e comer.
Bora começar? Se precisar, temos um kit com todo o material para te ajudar.
Se tiver dúvidas, sugestões ou quiser compartilhar como foi sua experiência comente aqui.
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